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domingo, 31 de outubro de 2010

Olá Hipocrisia

Quer saber uma coisa que me deixa muito, muito irritada? O fato de que as pessoas são muito eficientes para julgar os erros dos outros sem antes tomar conhecimento de seus próprios erros. Principalmente quando todos os argumentos parecem tão adequados, assim vomitados pelo acusador. Seria esse o reflexo da ignorância que cerca a todos nós? Acho que sim.
Somos tão burros, que muitas vezes condenamos algo que costumamos fazer.
To começando a cansar de ver algumas pessoas lutando por uma determinada “justiça”, quando seus meios para se chegar a isso são completamente injustos. Toda essa mania de diferenciar o “certo” do “errado” ta começando a me fatigar aos poucos. E tenho certeza que não é só a mim: todo mundo ta sendo afetado com isso. Então por que meu Deus, por que todo mundo finge que tudo está bem? Por que ninguém quer enxergar o que ta ali, bem em frente aos seus olhos?
Já não compreendo isso.
Constantemente me deparo com pessoas que defendem algo e não agem de acordo com o que dizem. Mostram-se críticos da futilidade, mas não vivem sem o maldito photoshop. Criticam o sistema, mas não têm coragem de lutar contra ele. Querem acabar com a pobreza, mas não saem de “sua cadeira real”. Dizem-se compreensivos, mas alimentam uma prepotência e um egocentrismo capaz de aniquilar a qualquer pessoa que represente uma ameaça ao seu “crescimento”.
Eu me pergunto se são essas as pessoas que se dizem “revolucionárias”. Revolucionárias do que? Querem mudar o mundo, quando não conseguem mudar suas próprias vidas. Querem julgar aos outros, quando não conseguem julgar a si mesmos. Pergunto novamente: o que diabos vocês pretendem revolucionar? Ou será que apenas dizer palavras chocantes e usar camisetas do Che Guevara por aí sem nem saber quem é o cara vai mudar algo? Não, não vai mudar. Isso só serve pra mostrar o quão manipulados vocês estão. Mesmo quando querem “revolucionar” algo, não têm forças para se rebelar verdadeiramente: revolucionam o que o sistema quer. Exatamente o que eles precisam, o que eles buscaram. Vocês meus queridos amiguinhos hipócritas, só contribuem cada vez mais com essa maldita sociedade que busca aniquilar o pensamento diferencial e impor uma espécie de “comando padrão”. E sabe suas camisetas “fodas” ou suas frases malvadas e vazias? Bem, elas não fazem nada além de encaminhar todos os seus seguidores para o mesmo caminho: o conformismo.
Vamos lá, vamos mudar o mundo, vamos cantar musicas que não entendemos só pra mostrar que somos diferentes.Vamos desprezar os negros e depois fazer um trabalho escolar exemplar sobre o quão importante eles são para nós no dia 21 de novembro. Vamos blasfemar e negar a Deus e depois nos ajoelhar diante de uma estátua de gesso, pedindo por um milagre impossível. Vamos criticar o capitalismo e depois esgotar um cartão de crédito em sapatos. Vamos continuar chamando o resto do mundo de hipócritas e nos acharmos superiores a eles e depois cometer as mesmas falhas continuamente.Vamos lá galera do mal, o que vocês estão esperando?

Afinal, com revolucionários assim, quem precisa de políticos?

sábado, 23 de outubro de 2010

Situações Drásticas...

Requerem medidas drásticas.


E é por causa disso que eu finalmente resolvi chutar o balde.

É.

sábado, 16 de outubro de 2010

Hoje acordei meio Ambígua


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Por que é desse modo ambíguo que você, com sua detestável insolência, atropela meus pensamentos durante o passar do dia.

domingo, 10 de outubro de 2010

Epifania ao melhor estilo de Lispector


Pensar, refletir, repensar, organizar os pensamentos já pensados, refletir a respeito da recente organização, reorganizar tudo o que já se organizou, pensar sobre o que resta ser organizado, desorganizar e finalmente, desistir para recomeçar em algum momento dito mais propício ao ciclo de organização mental da autora.
Parece loucura –se não o é – gastar tanto tempo apenas tentando achar as respostas de suas perguntas e organiza-las de modo satisfatório dentro de seu cérebro. Honestamente? Isso é um dos principais requerimentos para atingir a loucura. E também é um dos caminhos mais fáceis para se alcançar a epifania.
Aliás, qual é o significado dessa palavra? Segundo o google, Epifania é uma súbita sensação de realização ou compreensão da essência ou do significado de algo. Pois então, creio que seja isso que ocorreu a mim, no mais inoportuno momento: a compreensão da essência de algo por mim ignorado há muito tempo.
Infelizmente, talvez eu tenha compreendido tarde demais; talvez eu tenha “acordado” tarde demais para poder modificar o passado enquanto ele ainda era presente. E agora, deparo-me com a inevitável sensação de descontentamento e desordem, camuflada por uma pequena tranqüilidade quase convincente. Corrijo-me: uma pequena tranqüilidade convincente.Por que, para o exterior é exatamente a impressão de tranqüilidade e sensatez que os meus atos transmitem.Então por que, para mim, é uma explosão contínua de impulsividade e agitação? Por que parece que é apenas uma questão de tempo até que a tragédia seja posta em prática e o inevitável aconteça.
E foi em meio a tantas reviravoltas que eu, com todas as minhas angústias, visualizei a imagem mais clara de um futuro nebuloso e incerto, um futuro doado através da minha epifania. Nesse pequeno espaço de tempo que me foi dado para saborear de minhas visões, percebi um decorrente confronto entre a Sophie de agora e a Sophie de antes. Eu vi,interagindo no mesmo espaço, a doce, teimosa, sonhadora menina Sophie e a rude, fechada, tímida adolescente Sophie.Duas partes distintas de mim, coexistindo no mesmo lugar. Ambas com a mesma essência, mas também com o mesmo desprezo causado pelo encontro. A mais nova vê suas expectativas sendo, gradativamente, destruídas na mais velha. A mais velha, por sua vez, enxerga um passado distante e alegre demais para o que julga ter sido capaz de ser um dia, causando-lhe verdadeira repulsa, onde agora só restam migalhas de sua antiga e inocente personalidade. Uma querendo fugir da outra. Ambas com o mesmo desejo inquietante de voltar para seus lugares. Mas então eu – a jovem Sophie – mantenho-nas forçosamente unidas, numa tentativa quase brutal de mantê-las vivas dentro de mim. Num atrasado sobressalto, percebi que a adolescente já não era mais eu. Seus sonhos não coincidiam com os meus. Seu rosto não me era agradável e seus olhos possuíam uma mágoa viva, ardente, que queimava cada gesto de bondade que ela, por timidez, não conseguia expressar.
Não. Eu não conhecia aquelas duas garotinhas. Elas me pareciam distantes, inexperientes e ao mesmo tempo, terrivelmente próximas de mim. Eu repudiava a ambas, assim como elas me repudiavam. Uma pequena chama de ódio aceso em meio à admiração que as três, sem motivo aparente, sentiam umas pelas outras. A menina de 12 anos, possuía a expressão taciturna ao olhar-me.Tinha saudades da sua infância e temia seu futuro, embora desejasse algo que não compreendia.Enquanto que a menina de 6 anos era viva, ativa, falante e parecia sentir falta de algo além de suas pequenas compreensões infantis. E então eu. A garota de 17 anos, monótona e viva.Tinha uma boa noção do que desejava, mas sentia falta de algo que não sabia o que era. Queria abraçar o mundo, mas temia a rejeição. Queria ter a coragem de cometer crimes, mas temia o remorso. Era o mais perfeito exemplo de contradições. O resultado não esperado da união entre as outras duas Sophies. A criança imperfeita que seus dois passados criara.
E então eu acordei, ironicamente, dormindo. Tentando organizar cada pequeno trecho do que acabara de descrever, tentando compreender o que tal sonho significara, percebendo ao mesmo tempo, quanta falta sentia de mim mesma.E também notando o quão diferente eu estava do que costumava ser há apenas alguns meses atrás. Minhas palavras, meus pensamentos, meus sonhos, minhas expectativas...É como se milhares de pessoas diferentes habitassem o mesmo corpo. Como se a união de milhares de personalidades estivessem presas em uma teia gigante que formam a minha própria personalidade. Como se eu, Sophie Harinton, fosse apenas o resultado de uma equação recheada de incógnitas e dízimas periódicas, formando números não exatos e muitas vezes indefinidos. Eu tive a visão do mundo que me cercava e da personalidade que eu formulei para mim mesma.
Ainda um pouco zonza, pude concluir que, embora tudo pareça difícil e inalcançável, não posso deixar de perseguir os meus objetivos, nem de insistir em mim mesma. Não vou me abandonar quando o resto do mundo o fizer. Não vou esquecer das outras duas meninas que lutam tanto para serem ouvidas e respeitadas, como eu tenho feito ultimamente. Meu egoísmo será afogado enquanto eu estiver acompanhada das outras duas Sophies, pois nós três sabemos que nos odiamos e devemos conviver juntas sempre.
Porque às vezes, eu apenas sinto falta de ser criança, assim como sinto falta de ser adolescente, e também sinto falta de ser eu. Sinto falta de ser o que eu nunca fui e sinto falta de viver o que eu nunca vivi. Sinto falta de tudo que eu não senti. Sinto falta das pessoas que não conheci. Sinto falta do violão que nunca toquei e do show que eu nunca fui. Sinto falta dos lugares para os quais eu nunca fui e sinto falta dos trabalhos que nunca realizei. Como se um grande vazio prendesse a mim, as outras duas partes do meu ser.

Sinceramente? Odiei minha epifania.

sábado, 2 de outubro de 2010

O diário de Anne Frank

“[...]Estou sempre me prometendo não reparar no lado mau de mamãe.Quero apenas ver seu lado bom e procurar em mim mesma o que não encontro nela.Tudo inútil. E o pior de tudo é que papai e mamãe não se apercebem desse problema em minha vida, e eu os censuro muito por isso. Gostaria de saber se alguém já conseguiu dar felicidade completa aos filhos.
Às vezes, penso que Deus está me pondo a prova; preciso tornar-me boa através de meus próprios esforços, sem exemplos nem bons conselhos. Assim, no futuro, serei mais forte. Quem, alem de mim mesma, lerá estas cartas? Quem me confortara senão eu mesma? Preciso muito de conforto, freqüentemente sinto-me fraca e descontente comigo. Minhas deficiências são grandes demais. Eu sei disso e a cada dia procuro melhorar.
A maneira como me tratam é variadíssima. Um dia Anne é tão sensata que permitem que saiba tudo. No dia seguinte, ouço dizer que Anne não passa de uma cabritinha estouvada que não sabe nada e pensa que aprendeu maravilhas nos livros. Não sou mais nenhum bebe ou criancinha mimada, para que riam do que eu digo ou penso. Tenho meus próprios pontos de vista, planos, e idéias, embora ainda não consiga expressa-los em palavras. Oh, quanta coisa ferve dentro de mim, enquanto fico deitada na cama, tendo de aturar gente que não suporto e que sempre interpreta mal minhas intenções. Eis por que, no final, acabo sempre voltando para este meu diário. Aqui começo e aqui termino, porque Kitty esta sempre disposta a ouvir-me. Vu prometer-lhe que he de perseverar, apesar de tudo, hei de encontrar meu próprio caminho e engolir minhas lagrimas. Só desejaria poder ver os resultados e também que, de vez em quando, uma pessoa que gostasse de mim me animasse e encorajasse.
Não me condene; em vez disso, lembre-se que eu também, muitas vezes, fico a ponto de explodir.”